Alunos do Alto Sertão Sergipano idealizam tecidos biodegradáveis produzidos com palma forrageira

Três dos cinco alunos envolvidos no projeto encontram-se em Belém, no Pará, para apresentação do material na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

Autor | Heidy Souza (estagiária)

Alunos do Centro de Excelência 28 de Janeiro, da cidade de Monte Alegre, por meio do projeto “BioTecPalm: tecido biodegradável feito a partir da palma forrageira”, tem se destacado na 76ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na cidade de Belém, no Pará, com a produção de um tecido biodegradável com baixo custo e orgânico, utilizando a palma forrageira como matéria-prima, muito existente no Alto Sertão Sergipano.

Desenvolvido pelos alunos Kevelyn Letícia Santana, Antonio Lucas Oliveira e Kaike Oliveira, Anne Elis e José Saullo, sob orientação da professora Helayne Santana, o projeto BioTecPalm surgiu como uma resposta às crescentes preocupações ambientais associadas à indústria do couro, que, historicamente, utiliza métodos que podem ser altamente poluentes e prejudiciais ao meio ambiente. A equipe responsável pelo projeto empenhou-se em encontrar uma solução que não apenas diminuísse o impacto ambiental, mas também fosse economicamente viável para o setor.

Durante as pesquisas, os alunos se depararam com a palma forrageira, uma planta abundante no Alto Sertão Sergipano, a qual tradicionalmente era subestimada e pouco valorizada. No entanto, após uma análise mais aprofundada, a equipe descobriu que a palma forrageira tinha características únicas que a tornavam uma excelente matéria-prima para a fabricação de um couro biodegradável e na produção de utensílios de decoração e moda, conforme conta a professora responsável pelo projeto, Helayne Andrade.

“Chegamos à conclusão de que a palma seria o material ideal após percebermos a abundância existente em nosso município e o quanto agregaria um valor cultural na nossa região. Além de ela ter um maior custo-benefício em relação a outros materiais, sendo utilizadas na confecção de jaquetas, carteiras, casacos, cintos e outras partes de vestuário, é também utilizada na forragem de cadeiras, estofados e encapamentos no geral”, pontua a professora.

Esse novo material não só promete ser mais sustentável ambientalmente, como também tem o potencial de ser integrado de maneira eficiente nos processos industriais existentes, oferecendo uma alternativa viável ao couro convencional. Além disso, a utilização da palma forrageira pode trazer benefícios econômicos para a região do sertão sergipano, promovendo a agricultura local e criando novas oportunidades de emprego. Deste modo, o BioTecPalm não só busca enfrentar um desafio ambiental, mas também visa promover o desenvolvimento sustentável e econômico da região, servindo como um exemplo de como a inovação pode emergir por meio do uso inteligente de recursos locais.

Feiras científicas

Os pesquisadores já participaram de muitas feiras científicas dentro e fora de Sergipe. Ganharam em 1º lugar na Feira de Ciências Monte-Alegrense (FECIMAG) na categoria Ensino Médio, além do 1º lugar geral da feira, ganhando então a credencial para a feira de Ciências de Sergipe (Cienart) 2023 e a credencial para a Feira Territorial de Ciências do Alto Sertão Sergipano. Passaram pela Feira de conhecimento e arte (FECONART) recebendo a credencial para a Feira Integrada de Ciências do Instituto Federal de Alagoas (FECIN), em Alagoas; Cienart (Universidade Federal de Sergipe) menção honrosa em Empreendedorismo e credencial para a 76a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e 31º SBPC JOVEM; Feira Territorial de Ciências do Alto Sertão Sergipano (Universidade Federal de Sergipe – Campus Sertão) ganhando o 1º lugar geral e credencial para a Mostra Nacional de Feiras de Ciências (Brasília–DF); Hackaton: Oásis Inovação no sertão – 3° lugar geral. Além da participação no Nexos podcast, em um episódio especial no canal em que divulgaram a iniciação científica da região e escola.

Atualmente, eles participam da SBPC em Belém, no Pará, juntamente com outros dois projetos sergipanos. O pesquisador Antônio Lucas Oliveira escolheu participar do projeto, pois sempre gostou de tudo que envolvia a área da ciência, e a partir do BioTecPalm ele estava envolvido em algo de que realmente gostava; e chegar à SBPC para ele é realizar um sonho que contribuirá para sua formação. “Participar da SBPC contribuiu muito para o meu aprendizado, pois me proporcionou ver coisas que não percebia estando apenas na sala de aula. E toda essa troca de conhecimento foi muito importante para o meu desenvolvimento tanto escolar como pessoal”, finaliza Antônio.

Fotos: Divulgação/ Unidade Escolar

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