Por Leonardo Tomaz
Fonte: Ascom/ Seduc
Esse é o quinto encontro da série que lembra a obra do Patrono da Educação
Dentro da programação do Centenário de Paulo Freire, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) promoveu mais um webinário como forma de reconhecer e homenagear o legado do educador, sobretudo explanar os conceitos estudados por ele. Desta vez, o tema girou em torno de “O ato de educar e suas implicações éticas”, palestra conduzida pelo professor Valdir Borges, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), sob mediação da professora Cleciane Santos Alves, técnica da Seduc. A transmissão continua disponível no canal Educação Sergipe: https://youtu.be/ea_1MmNXO9w.
O professor Valdir Borges inicia sua fala trazendo um questionamento que, segundo ele, é motivo de reflexão: Por que Paulo Freire incomoda. Para o escritor paranaense, os motivos pelos quais Paulo Freire incomoda estão no seu modo de traduzir a educação. “A educação com Paulo Freire é neutra. É um compromisso social. É um ato político; é uma atitude ética. Atualmente, Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos acadêmicos nas áreas de ciências humanas e sociais. Por isso ele incomoda”, disse.
Alicerçado no livro de sua autoria intitulado A reconstrução de uma ética pedagógica libertadora à luz de Paulo Freire, publicado pela editora CRV, o professor Valdir Borges detalha que a obra tem a América Latina como base fundante do problema, a qual foi analisada, refletida, interpretada, compreendida e desvelada pelos múltiplos olhares da pedagogia, teologia e filosofia aqui surgidos e reivindicados. “O contexto histórico-social é o ângulo sob o qual situamos a realidade concreta e datada do continente nas mencionadas décadas. A análise do citado contexto levou-nos à identificação de categorias e elementos que possibilitaram a reivindicação de uma pedagogia, teologia e filosofia “próprias”, latino-americanas, da libertação”, diz o autor, ao resumir a obra.
Ele ainda completa. “Próprias, porque nascem na periferia do mundo, partem da práxis histórica de opressão das vítimas negadas na exterioridade do sistema de centro hegemônico vigente, dos oprimidos, do reverso da história. Na inter-relação da pedagogia, teologia e filosofia da libertação como horizontes e modos peculiares de análise e reflexão da América Latina nas décadas de 1960 e 1970, a partir do contexto histórico-social focalizado na sua dimensão ética pedagógica libertadora freireana, residem a originalidade e a inovação dessa proposta”.
Foram bases do bate-papo ainda os livros 1921 – Paulo Freire – 2021: 100 anos de ética, liberdade e educação; e Os refugiados da terra: uma problemática ético-política inspirada nas abordagens freireanas, obras que também foram publicadas pela editora CRV.
Próximos encontros
O próximo encontro acontecerá no dia 9 de junho, às 15h, com a pesquisadora local Joelma Carvalho Vilar, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que falará sobre o tema “Leituras freireanas: diálogos que permanecem”. A medição será feita pela professora Meire Ferreira da Silva, diretora da DRE 9.
No dia 12 de agosto, às 10h, o tema tratado será “Paulo Freire em tempos de esperança”, com a participação de Alder Júlio Ferreira Calado, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA/UFPB), e a mediação do professor Carlos Alexandre Aragão.
Por fim, no dia 15 de setembro, às 15h, na mesma semana de aniversário do educador Paulo Freire, os participantes irão refletir sobre o tema “Paulo Freire entre o passado e o futuro”, com o pesquisador local Christian Lindberg Lopes do Nascimento, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e o mediador professor Jonas José de Matos Neto.
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