Tradição, investimento e protagonismo juvenil marcam a apresentação na avenida Barão de Maruim
Autior Caio Queiroz
Com o tema ‘Educação que Transforma: Inclusiva, Inovadora e Sem Fronteira’, o tradicional desfile de 7 de setembro reuniu a SecBanda e outras 77 escolas das redes pública e privada municipal e estadual, além de instituições, ONGs, associações, militares e as Forças Armadas. O desfile tomou conta da avenida Barão de Maruim, situada em Aracaju, e contou com apresentações musicais e coreografias que encantaram o público presente e ressaltaram a educação como instrumento de cidadania e transformação social.
A abertura oficial aconteceu com a revista das tropas pelo governador em exercício, Zezinho Sobral e o comandante do 28 Batalhão de Caçadores, Ricardo Pereira. Após desfilarem em carro aberto, foi hasteada a bandeira nacional com a entoação do Hino pela banda do batalhão.
“O desfile do 7 de Setembro marca a cidadania, a soberania e a independência, que juntos representam uma Nação. Parabenizo todo o povo brasileiro”, disse o governador em exercício e secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral.
O desfile militar veio em seguida, levando para a avenida, os batalhões militares, o Corpo de Bombeiro, a Guarda Municipal de Aracaju, entre outras instituições.
Desfile cívico
O desfile foi aberto tradicionalmente pela Banda Intersetorial da Secretaria de Estado da Educação, SecBanda. Neste ano, além da valorização cultural, as bandas escolares contaram com um investimento de mais de R$ 4 milhões do Governo de Sergipe na aquisição de instrumentos musicais e kits completos. A ação fortalece a prática musical como ferramenta pedagógica e social, garantindo espaços coletivos de prática, cooperação e protagonismo juvenil.
Com uniformes característicos e instrumentos impecáveis, a SecBanda se destacou ao lado das demais bandas escolares, recebendo aplausos ao longo do trajeto. Sob a regência do maestro major Antônio Emanuel Rocha, o grupo reafirmou sua relevância artística e educacional. “Nós estamos completando 49 anos e é um marco para a história de Sergipe. Ela faz parte da identidade do povo sergipano e tem no currículo conquistas como o tetracampeonato brasileiro. Houve uma pausa entre 2001 e 2002, mas o Governo do Estado demonstrou interesse em retomar essa tradição, trazendo a SecBanda de volta tanto para o desfile de 7 de setembro quanto para eventos ao longo do ano, incluindo campeonatos dentro e fora do estado”, destacou o maestro.
“Estamos inovando, com a criação de uma escola de música que será a base principal da SecBanda. Esse projeto prevê oficinas e formações voltadas para estudantes da rede pública estadual garantindo continuidade e renovação. Nosso planejamento é que, até 2026, essa nova SecBanda esteja consolidada, fortalecendo ainda mais a sua história e reafirmando seu papel na cultura sergipana”, complementou o maestro.
Para o diretor administrativo da SecBanda, Helio Gentil Lima, o desfile de 7 de setembro é um momento em que pode representar a nação brasileira. “Tudo o que nós pudermos fazer por esse momento cívico, nós fazemos com dedicação. Já são 49 anos desfilando, e eu acompanho essa história desde 1976, quando entrei como professor. Hoje, atuo como diretor e sigo emocionado em participar dessa tradição”, afirmou.
A apresentação da SecBanda também foi marcada pela emoção de um dos seus integrantes. O músico Weverton Ferreira da Silva, que toca instrumento de sopro, destacou que é uma satisfação estar junto com os agrupamentos de músicos. “Eu toco na SecBanda há 5 anos e é um momento ímpar, porque é um momento que celebra a independência do Brasil. É muito bom poder rever professores, amigos e grandes maestros que passaram pela instituição.”, enfatizou.
Fanfarra ou Marcial
As apresentações do desfile cívico-militar de 7 de setembro trouxeram tanto fanfarras quanto bandas marciais, cada uma com sua característica. A banda marcial é um conjunto musical mais completo, com instrumentos de sopros com pistos capazes de executar mais notas musicais, e por causa disso, pode interpretar qualquer tipo de música, inclusive com arranjos mais elaborados. Já a fanfarra é composta principalmente por instrumentos de percussão e de sopro simples, que possuem uma limitação em sua extensão de notas.
Cerca de 77 bandas marciais e fanfarras desfilaram, levando ao público coreografias sincronizadas, talento, carisma e alegria. A estudante do Centro de Excelência Dr. Milton Dortas, Beatriz Almeida Carvalho, que faz parte do corpo musical da instituição, destacou que a trajetória da escola tem uma história construída com dedicação. “Este ano completamos 15 anos de participação, o que torna esta edição ainda mais especial. Estamos trazendo coreografias inéditas, uma nova música de encerramento e muitas novidades. Também teremos apresentação em Simão Dias, nossa cidade natal, onde tudo começou. Para nós, o 7 de setembro representa a base do Milton Dortas, que hoje se tornou referência em todo o estado pela força da sua corporação musical”, destacou.
A espectadora Maria das Graças, compartilhou a emoção de acompanhar o desfile. “Eu venho todos os anos assistir ao desfile e sempre me emociono. Hoje, em especial, percebi que as bandas estão mais organizadas, com músicas que arrepiam e apresentações vibrantes. É muito bonito ver a juventude envolvida, porque mostra que a tradição continua viva”, ressaltou.
História da SecBanda
Criada como Banda Musical de Marcha e Concerto por meio da Portaria nº 287/76, assinada pelo então secretário de Estado da Educação, professor Everaldo Aragão Prado, a SecBanda foi oficializada em 4 de maio de 1994 através do Decreto nº 14.548, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado. Após uma pausa entre 2021 e 2022, retomou suas atividades em julho de 2022, com a força e o simbolismo que a consolidaram como referência cultural e educacional de Sergipe.
Fotos: Maria Odília