Iniciativa permitiu que estudantes compreendessem a história da capital e do Arquivo Público, além de valorizar o centro histórico da capital por meio da exibição do curta-metragem ‘Aurora: Memórias de uma rua’
Autor | Caio Queiroz (estagiário)
Como parte das comemorações pelo aniversário de Aracaju, estudantes do Colégio Estadual Professor Valnir Chagas e do Colégio Estadual Jackson de Figueiredo participaram de uma palestra promovida na última terça-feira, 18, no Arquivo Público de Sergipe (APES), ministrada pelo professor, pesquisador cultural e documentarista Sérgio Borges. A iniciativa teve como objetivo valorizar o centro histórico da capital sergipana, promovendo o reconhecimento de suas relevâncias cultural, social e política.
A atividade, organizada pelo Arquivo Público, buscou envolver alunos de escolas localizadas na região central da cidade, incluindo o Valnir Chagas e o Jackson de Figueiredo. “Levamos em consideração que algumas escolas da rede estadual são situadas no centro de Aracaju e, com isso, a circulação de estudantes por essa área é constante. Nosso objetivo foi proporcionar um conhecimento mais aprofundado sobre os detalhes históricos dessa região que faz parte do cotidiano deles”, explicou Ackley Santiago Novais, da técnico do APES.
Durante o encontro, foi exibido o curta-metragem “Aurora: memórias de uma rua”, produzido por Sérgio Borges, que é professor da Rede Pública Estadual de Educação, o qual retrata a história e a relevância da famosa Rua da Aurora na formação econômica e cultural da cidade. “O professor Sérgio falou sobre o processo de produção do curta e contextualizou o que foi mostrado, ajudando os presentes a entenderem a importância de valorizar nosso centro histórico”, destacou Ackley.
O professor de Geografia, documentarista e pesquisador cultural Sérgio Borges conta que o documentário foi feito baseado em experiência de vida. “Ele retrata a história da rua nos seus diferentes tempos. Mostra a arquitetura, mostra as pessoas, mostra que a rua tem uma função comercial. Eu abordo também a questão dos enrugamentos urbanos, que são justamente a questão dos prédios antigos que não estão sendo preservados. Mostra também a questão da evolução dos transportes, como é a questão dos bondinhos, o comércio antigo da cidade. Além disso, o documentário já foi exibido na TV várias vezes”, ressaltou.
Sérgio também comentou sobre a palestra feita durante a visita do Colégio Estadual Valnir Chagas. “O mais importante é que os alunos tenham absorvido muita coisa, da ideia de lugar, de pertencimento, pois foi dentro dessa perspectiva que eu trabalhei a palestra”, pontuou.
O professor Diego Damasceno, do Colégio Estadual Professor Valnir Chagas, ressaltou a importância da palestra para os estudantes. “O convite veio do Arquivo Público a fim de que os alunos conhecessem a instituição, compreendessem sua importância e tivessem uma palestra sobre a Rua da Aurora, também conhecida como Rua da Frente. A palestra contribuiu para que eles entendessem como essa rua foi fundamental para a economia da cidade”, afirmou Diego.
Após a palestra, houve um debate entre os professores e os alunos, promovendo uma reflexão sobre o impacto do centro histórico na formação da identidade aracajuana.
Sérgio Borges
Professor da rede pública estadual, Sérgio Borges é uma referência no cenário educacional e audiovisual de Sergipe. Geógrafo formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 1989 e mestre em Geografia Agrária pela mesma instituição em 1995. Ele divide sua trajetória entre a docência e a produção de documentários que valorizam a memória cultural e histórica do estado. Com um olhar atento às tradições locais, suas obras abordam temas que vão desde o patrimônio arquitetônico de Aracaju até histórias de personagens marcantes da cultura sergipana.
Ao longo de sua carreira, Sérgio conquistou importantes prêmios que destacaram sua contribuição para o audiovisual. Entre os reconhecimentos, está o prêmio de Melhor Curta-metragem de um minuto pelo filme ‘Boca Aberta’ (2017). Além disso, seus documentários já foram premiados em festivais locais e nacionais, como: ‘Você conhece La Longa?’ (2007), ‘Vira Mundos’ (2006) e ‘Chica Chaves, um Bairro Operário’ (2014).
Com mais de 30 produções audiovisuais em seu currículo, Sérgio Borges utiliza o cinema como ferramenta de educação e resgate histórico. Entre suas obras mais marcantes, destacam-se: ‘O Doce Exílio’, que aborda breve passagem de Jorge Amado por Estância, município sergipano, e ‘Tototós: Canoas do Rio Sergipe’, premiado no edital Wilson Silva de Audiovisual. Além da produção cinematográfica, Sérgio também organiza mostras de filmes e promove exibições em eventos acadêmicos e culturais, aproximando o público da história e das tradições sergipanas.
Sua dedicação ao ensino e à arte reflete um compromisso com a formação cidadã dos jovens sergipanos, incentivando-os a enxergar o passado como parte fundamental da identidade local. Apaixonado pela arte de contar histórias, Sérgio Borges inspira novas gerações por meio de suas produções sempre valorizando a memória e a riqueza cultural de Sergipe.
Fotos | APES