Alunos dos centros de excelência Atheneu Sergipense, 28 de Janeiro e Professor Hamilton Alves Rocha representaram Sergipe na Mostratec, apresentando projetos inovadores e reafirmando o potencial da educação pública estadual
Autora: Izabela Campos (estagiária)
Estudantes dos centros de excelência Atheneu Sergipense (Aracaju), 28 de Janeiro (Monte Alegre de Sergipe) e Professor Hamilton Alves Rocha (São Cristóvão) participaram da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), realizada em Novo Hamburgo (RS). Considerada a maior feira científica da América Latina, a edição deste ano reuniu mais de 770 projetos de 16 países diferentes, sendo um espaço onde estudantes de todas as idades puderam compartilhar ideias inovadoras e soluções para problemas reais da sociedade.
Durante a mostra, os alunos tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos para avaliadores nacionais e internacionais, trocar experiências com outros estudantes e conhecer novas tecnologias e metodologias aplicadas em diferentes áreas do conhecimento. A participação na feira também reforça a importância do investimento em ciência e educação, estimulando o desenvolvimento de habilidades como criatividade, pensamento crítico e capacidade de solucionar problemas desde o ambiente escolar.
No Centro de Excelência Atheneu Sergipense, os projetos alcançaram grande destaque na Mostratec 2025. Ambos foram orientados pelos professores Cristiane de Campos Moreira, Everton Ricardo Santos e Patrícia Soares de Lima. O trabalho ‘Desenvolvimento de Esponjas Biodegradáveis Utilizando Fibra de Coco: Uma Alternativa Sustentável às Esponjas de Plástico – Parte 2’ garantiu o 1º lugar e uma credencial para participar da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP). Já o ‘Leite da Mangabeira na Produção de Bioplásticos: Uma Resposta Sustentável à Crise dos Resíduos Plásticos’ conquistou o 4º lugar.
O primeiro projeto, que desenvolve esponjas sustentáveis a partir de fibra de coco, foi desenvolvido pelos estudantes Júlia Pereira Fraga, Lucas Thierrys de Almeida Santos e Melissa Sá Martins. Enquanto o segundo, que trabalha com o leite da mangabeira, contou com a participação de Bianca Mikaelly da Silva, Júlia Santos Moreno Rezende e Otávio Gabriel de Araújo.
Já o projeto ‘CAPTA’, do Centro de Excelência 28 de Janeiro, buscou identificar precocemente sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças de contextos vulneráveis, envolvendo questionários e a criação de um kit educativo. As alunas Taislaine Santos, Luana Souza e Ana Karla Lima, orientadas pelos professores Edson Oliveira e Lark Soany, vivenciaram a ciência na prática e conquistaram o 1º lugar em Ciências Sociais e o Prêmio Cientista Jovem, destacando o impacto social e a relevância da pesquisa escolar.
De acordo com Edson Oliveira, participar da Mostratec como orientador do projeto foi uma experiência muito marcante. “A gente se dedica o ano inteiro, e ver nossos alunos conquistando o primeiro lugar da categoria foi uma alegria imensa. É o reconhecimento de um trabalho feito com muita seriedade e compromisso. Essa experiência reforça o quanto a iniciação científica pode transformar a escola pública. Quando os estudantes têm incentivo e acreditam em si mesmos, eles mostram que são capazes de chegar muito longe”, destacou.
O Centro de Excelência Professor Hamilton Alves Rocha também marcou presença na Mostratec 2025 com o projeto ‘Biocerâmica’, que busca transformar resíduos de casca de ovo gerados na própria escola em um biomaterial com potencial de uso na área de odontologia. O destaque do projeto está em ter sido inteiramente desenvolvido a partir dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, possibilitando ao estudante aplicar, na prática, o que aprendeu e vivenciar de forma concreta o potencial transformador da ciência no ambiente escolar.
Para Patrícia Fernanda Andrade, professora orientadora do ‘Biocerâmica’, “foi uma honra poder representar a pesquisa da escola pública sergipana na mostra. Este evento representa uma oportunidade única para socializar ideias, estabelecer colaborações internacionais e avançar na compreensão de um campo que promete revolucionar nosso mundo. É uma forma de os estudantes apresentarem suas ideias em forma de trabalhos científicos, nos quais integram atitudes, habilidades e competências nas diversas áreas do conhecimento”.
Fotos: Unidades escolares
