Festival Estadual de Ciências, Tecnologia, Cultura, Cidadania e Empreendedorismo reúne estudantes e professores da Rede Pública no Centro de Vivências da UFS

Segunda edição do ‘Festa’ destaca criatividade, pesquisa e cidadania com mais de 120 trabalhos selecionados e apresenta projetos culturais, científicos e sociais desenvolvidos em escolas de todo o estado

Autora; Michele Becker


A Secretaria de Estado da Educação (Seed) realizou nesta sexta-feira, 12, no Centro de Vivências da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a segunda edição do Festival Estadual de Ciência, Tecnologia, Cultura, Cidadania e Empreendedorismo (Festa 2025). Das 9h às 16h, estudantes e professores de 51 escolas da Rede Pública Estadual de Ensino apresentaram 62 trabalhos selecionados para a Mostra Experimental, além de 44 projetos expostos em stands e banners e outras 18 apresentações no palco.

O evento reuniu unidades contempladas pelo Programa de Transferência de Recursos Financeiros Diretamente às Escolas Públicas Estaduais (Profin) em 2025, consolidando-se como um espaço de socialização de práticas científicas, culturais e sociais produzidas nas escolas sergipanas.

O secretário em exercício da Seed, Marcel Resende, destacou que o festival reafirma o compromisso da Rede Pública com uma educação que incentiva o protagonismo estudantil e a produção de conhecimento. “O Festa demonstra a força da escola pública sergipana. Aqui nós vemos ideias que nascem em sala de aula e se transformam em pesquisa, inovação, arte e cidadania. É gratificante perceber o engajamento de professores e estudantes, mostrando que investir em educação é investir em futuro”, avaliou.

A diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), Eliane Passos, enfatizou que os trabalhos apresentados têm alcançado patamares de excelência reconhecidos no Brasil e fora dele. “O que vemos aqui hoje é a materialização de uma educação pública que produz conhecimento de alto nível. Muitos projetos já foram premiados nacionalmente e, em alguns casos, até internacionalmente. Isso mostra que nossas escolas estão formando estudantes capazes de desenvolver pesquisas e iniciativas que dialogam com o mundo. O Festa potencializa essa visibilidade e reafirma que a produção científica e cultural da Rede Pública ecoa para ‘além-fronteiras’”, afirmou.

Entre os projetos apresentados, o professor de Arte,  Rafael da Conceição Santos, do Centro de Excelência Felisbelo Freire, em Itaporanga D’Ajuda (DRE 8), expôs o projeto ‘Eca Lambe’, que trabalha o Estatuto da Criança e do Adolescente, por meio da técnica do lambe-lambe. Os estudantes elaboraram ilustrações baseadas nos artigos do ECA e as transformaram em cartazes urbanos. “Os alunos pesquisam, interpretam, ilustram e ampliam os desenhos, que depois são colados em muros da escola e da cidade. Essa feira é fundamental, porque mostra o poder da escola pública e registra o que produzimos. Quem está aqui percebe o quanto nossos estudantes pensam criticamente e ocupam a universidade”, destacou o professor, que participa do festival pelo segundo ano.

A estudante Aimone de Santana de Amorim Cruz, do Instituto de Educação Ruy Barbosa (DEA), participou pela primeira vez do festival apresentando o trabalho ‘Reduzindo o desperdício através do aproveitamento integral da semente de abóbora’. Ela e sua equipe produziram leite vegetal, requeijão e tortinhas sem glúten a partir da semente da abóbora. “É incrível dar visibilidade ao nosso projeto. Queremos mostrar que alimentos subutilizados podem gerar produtos nutritivos e sustentáveis. Já apresentamos esse trabalho no Festival Curicaca, promovido pela ABDI, em Brasília, e trazê-lo ao FESTA é muito especial”, relatou.

Também estreante, o estudante Alberto Levi Souza Lima, do Centro de Excelência Jonas do Amaral, em Nossa Senhora do Socorro (DRE 8), apresentou o projeto ‘Nove Reinos: experiências de leitura e produção de um RPG’, desenvolvido pelo Clube de Protagonismo Webgame. O jogo aborda neurodivergências e estimula a interação presencial entre os jogadores. “Criamos um RPG físico para aproximar as pessoas. Cada personagem tem sua neurodivergência, o que contribui para a inclusão. Estamos desenvolvendo esse projeto há quatro anos, e participar do ‘Festa’ pela primeira vez é emocionante”, disse.

As apresentações culturais também marcaram o evento. No palco, o estudante Richard Keirrisson Sales dos Santos, do Colégio Estadual Poeta José Sampaio (DRE 4), apresentou com a sua turma uma coreografia afro-referenciada, desenvolvida no projeto Consciência Negra. “Pesquisamos, adaptamos movimentos e buscamos manter a essência da coreografia original. É especial estar aqui mostrando nossa cultura”, afirmou.

O Festa 2025 contou ainda com a participação do Programa Ser Cidadão, com dez projetos desenvolvidos ao longo do ano. Durante todo o evento, estudantes e professores circularam entre stands, apresentações artísticas e debates, fortalecendo a troca de saberes e reafirmando a escola pública como espaço de pesquisa, cultura e protagonismo juvenil.

Ao fim da programação, a Seed reforçou que o festival segue como política estratégica para estimular a iniciação científica e cultural, promover práticas pedagógicas inovadoras e fortalecer a cidadania por meio da educação, ampliando a presença da ciência, da cultura e da criatividade no cotidiano escolar.   

Fotos: Maria Odília

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