Professor da rede estadual lança livro de poemas Modo de Falar às Coisas

Por Ascom/ Seduc
Fonte: Ascom/ Seduc

 

Francisco Pippio, pseudônimo de José Francisco dos Santos, professor de sociologia da rede estadual de Ensino e advogado, lança o livro de poemas Modo de Falar às Coisas, no dia 29 de novembro, às 18h, no Centro Cultural de Aracaju, situado na rua General Valadão, na capital sergipana.  A edição deste segundo volume de poemas do poeta natural de Graccho Cardoso (SE) coube à Editora Confraria do Vento, do Rio de Janeiro.

 

"Modo de falar às Coisas" é um livro que reúne poemas que retratam a vida rural, os animais e insetos, as estações, os fenômenos da natureza, a infância, as festas populares, por vezes com imagens que recordam o realismo mágico ("Desaceitando vaqueirar vacas / José quis ser vaqueiro de borboletas", "Tenho um engenho inato para coligir estrelas"). A linguagem é fortemente substantiva, focada nos acontecimentos e nas coisas. Quase sempre, os poemas contam pequenas histórias, que remetem à memória ou ao imaginário das pequenas cidades brasileiras, que mantêm viva a tradição oral de "causos" e histórias de assombração.

 

O autor utiliza formas livres, sem métrica, nem rima e poucas figuras de linguagem (mais a hipérbole do que a metáfora), em busca de uma deliberada simplicidade. "O poeta Francisco Pippio é um trabalhador da palavra crua, da imagem sincera numa linguagem veloz que fortalece o poder da simplicidade da palavra, diz o poeta e cronista Amaral Cavalcante.

 

Na opinião de Antônio Carlos Secchin, poeta, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras, que assina a orelha do livro, "a relação lúdica com a paisagem natural, na cena da poesia moderna, é uma vereda que parte da Cobra Norato de Raul Bopp, intensifica-se em Manoel de Barros e deságua no Modo de falar às Coisas, de Francisco Pippio". 

 

Histórico do autor

 

Francisco Pippio publicou em 2006 seu primeiro volume de poemas As Cidades, pela Editora 7 Letras. Em 2016 Pippio publicou "Cutucando a Onça com Vara Curta", infantil, pela Cortez Editora.

 

O poeta que hoje vive entre Aracaju e Tamanduá, já tem uma caminhada longa na literatura, tendo sido premiado no Concurso de Contos e Poemas Manoel Bandeira, do Centro Acadêmico de Letras (UFS), em 1997, e nos Concursos Literários Santo Souza de Poesia, de 2003, e Núbia Marques de Contos, de 2004, da Secretaria de Estado da Cultura do Governo de Sergipe. Tem textos em poesia e prosa publicados em vários cadernos e suplementos literários pelo Brasil afora, entre os quais o Jornal Folha da Praia e Revista Cult.

 

Filho de pai agricultor e mãe dona de casa, na cidade de Graccho Cardoso, encravada no médio-sertão sergipano, passou a infância entre a escola, as brincadeiras de rua e o trabalho na roça no período de inverno chuvoso.

 

Seu primeiro contato com os livros se deu por meio dos didáticos e paradidáticos, que eram distribuídos na escola. Foram livros de Comunicação e Expressão dessa época que me apresentaram ao romancista Graciliano Ramos e ao poeta Manoel Bandeira. "Eu quis ser poeta para também ir embora para Pasárgada. Na minha infância sonhava com um lugar como Pasárgada. E acho que sonho até hoje", relata Pippio.

 

Em 1995 ingressou na Universidade Pública, cursando Ciências Sociais na UFS. "Nessa época conheci as obras de dois grandes prosadores, os sergipanos Antônio Carlos Viana e Francisco J. C. Dantas e o poeta Manoel de Barros.  Não sei como vivi tanto tempo sem a poesia de Manoel de Barros", diz. 

 

Começou escrevendo poesia avulsa, sem nenhum interesse de reuni-las em livro. E era uma poesia mais militante. Publicava em jornais, revista, em coletâneas juntamente com outros poetas. Em 2006 nasceu o interesse de publicar um livro de poemas. Daí surgiu "As Cidades", um livro, que como o próprio título indica, é ambientado no concreto, nas gentes.

 

 

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