Programa Acolher finaliza primeiro ano com mais de 3 mil acompanhamentos psicossociais

São 60 psicólogos e 35 assistentes sociais que atendem a Rede Estadual de Educação com resultados positivos

Autora | Heidy Souza (estagiária)

O Programa de Atenção Psicossocial nas Escolas da Rede Estadual de Sergipe (Acolher) já realizou 3.065 atendimentos desde a sua efetivação, em agosto de 2023. Com um investimento total de R$ 4.264.197,91, o programa desenvolvido pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), está presente em todas as 318 escolas da rede estadual de ensino das nove Diretorias Regionais de Educação (DRE) e da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA).

“O Acolher foi pensado cuidadosamente pela gestão da Seduc, para atender a uma necessidade do fortalecimento do aspecto psicossocial da comunidade escolar, a fim de que todos se sentissem seguros e acolhidos. Todo o investimento foi feito no sentido de proporcionar uma cultura de paz e conforto emocional nas trocas e vivências cotidianas, auxiliados pela presença de psicólogos e assistentes sociais na escola”, explicou a diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional da Seduc (Dase), Eliane Passos.

O programa conta com uma equipe composta por 95 profissionais, sendo 60 psicólogos e 35 assistentes sociais. “Nosso objetivo é realizar os atendimentos coletivos e acolher não só os estudantes que sofrem algum tipo de bullying na escola, mas também aqueles que proferem esses atos, com ações de prevenção e intervenção”, pontuou Carolina Cunha, assistente social da DRE 3, localizada em Itabaiana, que abrange todas as escolas da região do agreste central de Sergipe.

No Colégio Estadual Jornalista Paulo Costa, no bairro Bugio, em Aracaju, o psicólogo e o assistente social respondem às demandas em uma sala acolhedora, que torna o acompanhamento psicossocial uma atividade transformadora do dia a dia. A diretora Deise Nascimento expressou como é gratificante ver as mudanças dos alunos a partir do acolhimento oferecido pelo programa.

“A partir dele, os alunos contam com profissionais qualificados para escutar e ajudar de forma técnica como abordar tal situação. Estamos tratando das questões emocionais e sociais com habilidades e ferramentas técnicas, mas também com uma pitada de carinho e muito acolhimento. Os alunos realmente se sentem acolhidos, uma vez que têm uma profissional na escuta que os orienta sempre que precisam”, afirmou ela.

Acolher na prática

Os assistentes sociais e psicólogos que atuam no Programa Acolher recebem o chamado para intervenção a partir do Sistema de Registro de Ocorrência Escolar (ROE). Esse sistema consiste numa nova ferramenta desenvolvida com a colaboração da Assessoria de Tecnologia e Informação (Astin) da Seduc, para além de registros, já que também monitora o quantitativo de atendimentos e emite gráficos.

Mesmo em seu processo de adaptação, uma vez que a ferramenta ainda se encontra em processo de estudos, os denominados ‘chamados’ das escolas para solicitar o acompanhamento das equipes psicossociais já passaram de 3 mil.

“O ROE coloca luz para toda a comunidade escolar e ‘possibilita’ um olhar mais ‘crítico’ dos fatos. Ter um canal que sintetize todas as demandas que surgem na escola, para a equipe psicossocial do Acolher, tudo se torna muito prático e funcional”, explicou o psicólogo Cristiano Magalhães, da Diretoria Regional de Educação 2, localizada no município de Lagarto, a qual abrange todo o Centro-Sul Sergipano.

Com o investimento de R$ 4.264.197,91 desde a sua criação em setembro de 2023, o programa realiza ações nos eixos de promoção, prevenção e monitoramento, sejam elas no enfrentamento ao bullying e cyberbullying, preconceito étnico-racial, situações de homofobia, transfobia, misoginia e temáticas relacionadas ao Plano Nacional de Educação para os Direitos Humanos.

“Os resultados do Acolher surpreendem e tem transformado o cotidiano das nossas comunidades escolares. Ele é considerado o maior programa do gênero presencial do país, pois conseguimos uma capilaridade que chega a todas as escolas da rede pública estadual ao criarmos uma metodologia de trabalho com base nas dez diretorias de educação. Levamos para as escolas a tranquilidade para resolver as situações, atuando de forma multidisciplinar com êxito”, exaltou o secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral.

Resultado positivo

Para Eliziane Ferreira, mãe de Riquelme Ferreira, estudante da Escola Estadual Professora Maria da Conceição (conhecida como “Maria Pereira”) em Itabaiana, o programa contribui para o entrosamento do aluno na sua própria residência. Diferente de muitos alunos, Riquelme tinha o comportamento contrário, sendo mais calado em casa do que na própria escola. “Meu filho precisou do auxílio do Acolher. Eu, como mãe, em uma conversa com a psicóloga da escola que me acolheu também, passei isso para ela. O acolhimento oferecido foi tão grande que hoje ele passou a se comunicar mais em casa como resultado do programa”, contou a mãe.

O Programa Acolher finaliza o seu primeiro ano com resultados positivos para a comunidade escolar, e pretende seguir com essas ações e práticas psicossociais nas escolas em 2025, proporcionando à família, alunos e equipe diretiva um ambiente seguro e de acolhimento.

“Nesse sentido, 2024 representou um ano de resultados positivos e permitiu o amadurecimento dos psicólogos e assistentes sociais, tendo na prática e na formação continuada a melhoria dos serviços prestados. Para 2025, já iniciamos nosso planejamento, mantendo ações necessárias para o fortalecimento das relações dos sujeitos que compõem a escola. O Acolher está preparado para realizar atividades que tragam sentido para a coletividade da escola”, finalizou Pedro de Santana, coordenador do Programa Acolher.

Fotos: Arquivo Seduc

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