Projeto sobre Feminicídio aprofunda debate em torno da violência contra mulher no Colégio Estadual Monsenhor Camélio Costa

Por Francimare Araújo
Fonte: Ascom/ Seduc

Feminicídio, abuso psicológico, violência contra a mulher, feminismo e machismo são alguns dos temas tratados no projeto interdisciplinar Aula Cidadã, orientado pela professora de Língua Portuguesa, Rosana Batista, do Colégio Estadual Monsenhor Camélio Costa, unidade localizada no bairro José Conrado de Araújo, em Aracaju. Com o tema "Eu meto a colher sim", crianças e adolescentes tornam-se mais conscientes e informados. 

 

O projeto de combate ao feminicídio ocorre em três etapas, explica a professora Rosana. Na primeira fase de pesquisa, os estudantes do 8º ano buscaram informações e debateram em sala de aula o machismo, questões de gênero e violência doméstica, principalmente. O resultado das discussões está estampado no pátio da escola em um mural confeccionado pelos alunos com o título "Mulheres Inspiradoras", reunindo dez mulheres que se voltaram para a luta da condição da mulher no Brasil e no mundo. 

 

Gizelda Morais, Carolina de Jesus, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Anita Garibaldi, Simone Beauvoir, Malala, Marie Curie e Dandara foram algumas das escolhidas para preencher o mural com histórias inspiradoras em diversos setores da sociedade. Uma delas será homenageada, levando o nome da biblioteca do colégio, que, atualmente, está sendo reestruturada. 

 

Na segunda etapa do projeto, prevista para acontecer em um sábado letivo no final deste mês, o colégio vai receber mulheres sergipanas que ocupam espaços de poder, anteriormente ocupados somente por homens. As rodas de conversas terão a presença da cabo da Caatinga, Gardênia Gomes; da advogada e coordenadora estadual da Mulher, Valdilene Cruz; da promotora de justiça, Euza Missano; e outras a confirmar. 

 

"Os próximos passos que a gente vai fazer serão de envolver toda a comunidade em torno da escola. A gente vai aplicar um questionário de como as pessoas veem a questão da violência doméstica", explicou a professora Rosana Batista, enfatizando que o projeto abrange todo o ano letivo. No início do segundo semestre, vai ocorrer uma caminhada pelas ruas do entorno do colégio para chamar a atenção da comunidade local sobre a urgência em falar sobre o assunto. 

 

A diretora da unidade, Sabrina Danielle, conta que o projeto alcança as pessoas que vivem a problemática no dia a dia. "Trazer isso para os alunos refletirem não acontece somente em sala de aula; eles levam para casa. Então é um projeto que se propaga", disse. Rayalla Silva é uma das jovens que participa do projeto e que o considera muito importante para pensar de maneira preventiva sobre o assunto. "Eu acho interessante porque vai conscientizar muitas mulheres a se defender e a procurar os seus direitos". 

 

Fabiane Vitória chama o feminicídio de um assunto muito sério, considerando o número alarmante de casos que se espalham pelo Brasil. Para a garota, os homens devem respeitar a integridade da mulher, respeitando e se conscientizando cada vez mais. Pensam de forma semelhante os jovens José Gabriel e Antony Gabriel, que estão aprendendo muito com as aulas da professora Rosana. 

 

As reflexões que eles fazem sobre o tema estão cercadas de aprendizados e de muita escuta. Para eles, alguns temas são novidades diante dos poucos anos de vida e da sensibilidade que o assunto gera.

 

 

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