A DRE 2 recebeu a culminância do projeto, que envolveu todas as 40 escolas no Centro de Excelência em Educação Profissional Udilson Soares Ribeiro, em Simão Dias; foram apresentadas peças teatrais, além de stands com produtos feitos pelas escolas
Por: Alice Mendonça (estagiária)
A Diretoria Regional de Educação 02 reuniu, nesta quinta-feira, 27, mais de 1.150 alunos para a culminância do Projeto de Leitura ‘Conexão – Jovens Leitores! Ler: a conexão que transforma’. O evento conectou 40 unidades escolares do território do Centro-Sul Sergipano no Centro de Excelência em Educação Profissional Udilson Soares Ribeiro, em Simão Dias, com o propósito de apresentar os resultados do projeto, que uniu alunos e professores por meio da leitura e da linguagem.
A concentração aconteceu durante toda a manhã, iniciando-se às 8h e encerrando-se às 16h. O evento contou com a apresentação de várias atividades que envolviam as linguagens humanas, apresentadas por estudantes das mais diversas séries de ensino, abrangendo desde os ensinos fundamental e médio, até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foram exibidas peças teatrais, além de recitações de cordéis e de poemas, com a interação de alunos de várias escolas jurisdicionadas à DRE 2.
Os discentes se reuniram em áreas diversas do Centro de Excelência Udilson Soares, ocupando a quadra, o auditório, os corredores e o hall de entrada, sendo estes dois últimos com a exposição de stands, cheios de produções feitas pelas escolas. Além disso, o corredor estava repleto de recepções calorosas e música ao vivo. Na quadra da escola, um dos locais de ápice do evento, foram realizadas peças teatrais, que totalizaram 32 no fim do dia.
Projeto de Leitura ‘Jovens Leitores’
O projeto ‘Jovens Leitores’ aconteceu durante seis meses e tem como objetivo incentivar a leitura e a oratória entre os estudantes da DRE 2, por meio de clubes de leitura e momentos dedicados pelas escolas à prática. Com o reforço do ato de ler, os alunos melhoram a capacidade interpretativa, crítica e formação de opinião, além da oratória e escrita, fundamentais para a compreensão do mundo atual.
A diretora da DRE 2, Daniela Silva, explica que o projeto surgiu em meio à necessidade de fazer os alunos se interessarem pela leitura, com a participação de todos os estudantes, professores e equipe diretiva. “Os nossos alunos não tinham a prática de leitura nem dentro da escola nem fora dela. Então, nos reunimos com as 40 escolas e construímos um projeto coletivo, no qual foram realizadas paradas de leitura durante as aulas. Foram 12 paradas de leitura ao longo de 6 meses, a cada 15 dias, com duas horas dos dois primeiros horários reservadas para os momentos”, conta. Ela também complementa que, ao longo de cada parada, os estudantes liam obras disponíveis nas bibliotecas escolares, escolhidas pelos professores de várias matérias, indo além da Língua Portuguesa. Eram nesses períodos em que todas as escolas, ao mesmo tempo, paravam para ler.
As leituras, segundo a diretora, eram realizadas para além das salas de aula, reunindo alunos em locais variados, abertos e frescos, propícios para a socialização e debate. “Essa iniciativa aumentou significativamente a procura por livros nas bibliotecas de todas as escolas. Os estudantes passaram a frequentá-las mais, de forma espontânea, e a pegar livros emprestados”, afirma. Ela também informa que foi graças a essa alta procura que as escolas fizeram investimentos nas bibliotecas, por meio de recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Governo Federal.
Apresentações
Uma das escolas a se apresentarem no evento desta quinta-feira foi o Centro de Excelência Dr. Milton Dortas, também de Simão Dias. O professor de Língua Portuguesa, Eduardo Santos, envolveu alunos da 3° série do Ensino Médio durante o ano para a leitura do livro Torto Arado, do escritor brasileiro Itamar Vieira Júnior. “Essa obra foi uma leitura obrigatória para os terceiros anos, na preparação para o Enem, tendo em vista o repertório sociocultural rico que ela traz, com temas de ancestralidade, espiritualidade, desigualdade, luta por terra, comunidade, pertencimento. Um convite a nós, leitores, a refletir sobre o Brasil real”, enfatiza.
Com a leitura, os estudantes prepararam uma peça teatral sobre a obra, e foram acompanhados do coral da própria escola, o ‘Coral Milton Dortas’, comandado pelo professor de Inglês e de Eletiva, Fábio José Reis. Composto de dois violonistas, um guitarrista, um tecladista, um percussionista e pelos vocalistas, o coral deu vida e imersão à apresentação teatral, que abriu o evento, nesta manhã. “Nós intercalamos as duas vertentes artísticas, a peça teatral em conjunto com o coral. Foi muito gratificante, porque a gente pôde dar um pouco mais de vida à encenação”, diz.
O aluno Angelo Gonçalves, da 3° série do Ensino Médio, foi um dos estudantes do professor Eduardo que apresentou a peça. Ele afirma que o professor foi preparando os alunos, desde o início, a imergir no universo teatral, integrando aqueles que já tinham experiências com quem nunca tinham feito uma peça. “Para mim, foi incrível porque eu sempre fui apaixonado por atuação, por aquele ‘jogar de corpo’. Eu já tinha essa experiência, e poder ensinar os meus colegas foi incrível para mim. Eu acho que até mais do que atuar, foi ensinar os outros a atuarem também, a se libertarem das correntes da vergonha e poder dizer que conhece, com propriedade, o que leu”, diz.
O Colégio Estadual Dr. Osman Hora Fontes, de Riachão do Dantas, também esteve presente no evento e contou com vários clubes de leitura ao longo do ano. O professor de Filosofia, José Igor, orientou os estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no desenvolvimento de vários produtos, que foram apresentados em stand da escola. Um deles é o ‘Jornal Expressa Aí’, que potencializou as habilidades de escrita dos alunos, com notícias sobre a escola. Outra ação foi o desenvolvimento do site ‘Felicidade Clandestina’, nome este inspirado por obras de Clarice Lispector. No site, que ainda será publicado, foram hospedados playlists literárias, para tornar acessível obras lidas pelos alunos, como cordéis, contos e poesias.
No stand da escola, foi disponibilizado um notebook com fone de ouvido para os visitantes escutarem as produções sonoras, a fim de trazer imersão aos conteúdos. Para o professor, os projetos expressam o protagonismo do aluno. “Nós prezamos muito por isso e permitimos que eles participassem de tudo, desde a concepção das atividades, até a própria conclusão, acreditando que eles são capazes desse desenvolvimento. Eles podem, muito bem, encontrar na leitura esta potência de desenvolver o seu protagonismo, como aluno e como pessoa”, ressalta.
A aluna Bianca Cruz, da 2° série do Ensino Médio, foi uma das que contribuíram na apresentação dos produtos no stand. Para ela, o significado dos projetos vai além do escolar. Sobre o ‘Expressa Aí’, ela diz que “é mais do que um jornal para a gente. É um espaço de expressão, protagonismo e conhecimento. Ele nasceu com a ideia de mostrar que a escola está cheia de movimento. Queremos que o jornal seja uma ponte entre os estudantes e a comunidade”. Em relação ao site, a estudante reforça que ele foi dedicado a “aproximar os jovens do universo literário, de um jeito divertido e dinâmico, sempre com uma linguagem acessível, estimulando nossos leitores e valorizando as produções feitas por estudantes”.
Fotos: DRE 2










