Projeto Da Roça à Escola: Jornada da Macaxeira em Sergipe faz parte da 7ª edição da Jornada de Educação Alimentar e Nutricional
Autor | Silvio Oliveira
A Secretaria de Estado da Educação (Seed), por meio do Departamento de Alimentação Escolar (DAE), realizou nesta quinta-feira, 11, a terceira ação do projeto Da Roça à Escola: Jornada da Macaxeira em Sergipe, como parte da 7ª edição da Jornada Nacional de Educação Alimentar e Nutricional. O projeto envolve alunos, professores e merendeiros do Centro de Excelência Gonçalo Rollemberg Leite, em Aracaju, e será levado para a etapa nacional da jornada, que será realizada em Brasília.
O secretário executivo da Seed, Marcel Resende, ressaltou a importância do projeto na perspectiva da pesquisa da macaxeira como um alimento ancestral, além de já estar presente na alimentação escolar e ser oriundo de pequenos agricultores. “Fico feliz com projetos como este. Sublinho também a alimentação escolar pela relevância na parceria com os agricultores familiares, com gêneros alimentícios oriundos das cooperativas agrícolas, muito importante na geração de renda, e saber que é um alimento base de um continente, antes mesmo de o Brasil existir, que continua na nossa alimentação como contribuição indígena”, destacou.
Durante a programação, a réplica de uma casa de farinha adornou o preparo do beiju de tapioca pelo agricultor Rosivaldo dos Santos. Ele é um dos agricultores que comercializam produtos para alimentação escolar em Sergipe, os quais contribuem para que 60% dos gêneros alimentícios cheguem às 318 escolas estaduais de Sergipe, quando a Política Nacional versa sobre 30%.
A diretora do Departamento de Alimentação Escolar, Lucileide Rodrigues, abriu a programação de palestras fortalecendo o elo entre a produção agrícola sergipana e a alimentação escolar. “Não adianta a gente ter o melhor gênero, o melhor cardápio, se a comunidade escolar não entende o que é educação alimentar. A gente trabalha para que todos tenham essa consciência”, afirmou.
Participou da atividade o representante da Cooperativa de Produção, Economia Solidária de Agricultura de Campo do Brito (Coofama), Luiz Carlos da Lapa Santos, com a palestra sobre as etapas da produção da farinha e sua modernização. Logo após, foi aberta a roda de conversa entre alunos e agricultores.
Jornada da Macaxeira
O projeto desenvolvido ao longo da 7ª edição da Jornada Nacional de Educação Alimentar e Nutricional, por alunos, professores, gestores e merendeiros do Centro de Excelência Gonçalo Rollemberg Leite, em Aracaju, quer ampliar a educação alimentar, com o envolvimento de alunos do ensino médio em tempo integral, além de atividades de resgate das casas de farinha.
A coordenadora da unidade, Siomara Lino Fonseca, explicou que os alunos pesquisaram a origem do plantio no estado, o cultivo e o beneficiamento, e visitaram uma casa de farinha em Campo do Brito, município do agreste central sergipano, para entender como o produto é manipulado e embalado até chegar à escola. “Ficamos sabendo dos tipos de macaxeira, do beiju, da farinha, e que a planta é totalmente sustentável. Ou seja, aproveita-se tudo”, enfatizou.
O aluno Pedro Menezes, que também escreveu o poema ‘Sabores e Saberes da Macaxeira’, contou que vem de uma família de agricultores na Bahia e se interessou bastante pelo projeto, por conta dos dados históricos e culturais. “A vantagem de participar e saber mais da história do estado, da cultura das casas de farinha, a lenda indígena da Mani. É muito interessante”, avaliou ele.
A diretora do DAE, Lucileide Rodrigues, lembrou que além de ser uma fonte histórica e educacional, o projeto reflete o compromisso com a Lei nº 8.839/2021. “Essa Lei reconhece o ofício das casas de farinha como patrimônio cultural imaterial de Sergipe, e busca atender àquela iniciativa idealizada pelo então deputado e hoje atual secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral”, completou Lucileide Rodrigues.
Fotos | Maria Odília
