Por Michele Becker
Fonte: Ascom/ Seduc
76ª Reunião Anual da SBPC e a 31ª SBPC Jovem acontecerão entre os dias 7 e 13 de julho, na Universidade Federal do Pará
Com o tema central ‘Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza’, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) realizarão a 76ª Reunião Anual da SBPC e a 31ª SBPC Jovem, concomitantemente, entre os dias 7 e 13 de julho, em Belém/PA. Para representar Sergipe no evento científico juvenil foram selecionados três projetos de pesquisa, realizados por equipes de professores e alunos de três escolas da rede pública estadual de ensino, localizadas em três regiões distintas do território sergipano.
O primeiro projeto de iniciação científica, conhecido como ‘Dignidade Menstrual Sustentável: Produção de Absorventes Biodegradáveis Utilizando Fibra de Cana-de-açúcar’, é desenvolvido no Colégio Estadual Dr. Antonio Garcia Filho, em Umbaúba, situada na região Sul sergipana (DRE 1). Sob a orientação da professora de Química Darcylaine Martins, a equipe composta por oito jovens meninas cientistas – Sofhia, Quizia, Rayane, Jamilly, Lays, Lorena, Iulânia e Ellen – arregaçou as mangas do jaleco e desenvolveu um absorvente higiênico de origem vegetal e biodegradável como uma solução sustentável para combater a problemática da pobreza menstrual no ambiente escolar. A pesquisa foi premiada na maior feira de ciências do Estado, em 2023, e segue para novas etapas, em 2024: patentear o produto e obter permissão do Comitê de Ética para iniciar os testes em humanos.
Para a professora de Química e idealizadora do projeto de pesquisa, Darcylaine Martins, a participação das alunas pesquisadoras do projeto Dignidade Menstrual Sustentável, do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, na reunião anual da SBPC é motivo de grande entusiasmo e orgulho. “É uma grande responsabilidade representar a educação pública de Sergipe no principal evento científico do Brasil. Esta oportunidade não apenas oferece um espaço para compartilhar suas descobertas e avanços na área, mas também destaca o compromisso com a excelência na pesquisa educacional, promovendo não apenas o desenvolvimento científico de Sergipe, mas também a visibilidade e reconhecimento nacional das iniciativas realizadas nas escolas públicas de Sergipe.
A aluna da 3ª série do ensino médio e jovem cientista, Ellen Santos Guimarães, concorda com a mestre. “Estou muito feliz com a notícia. Ter o nosso projeto selecionado para representar Sergipe é mais uma prova de que escola pública também faz ciência. É muito bom perceber que nosso trabalho está sendo reconhecido; e são notícias como essa que me incentivam a continuar buscando sempre melhorar, nos quesitos acadêmico e pessoal. Estou ansiosa para chegar o dia, assim como minhas colegas de projeto. Quando recebemos a notícia pela nossa orientadora Darcylaine, ficamos muito animadas e já estamos curiosas para saber o que nos espera lá. Estamos confiantes de que será uma troca de conhecimentos e experiências muito produtiva”, destaca.
O segundo projeto de pesquisa, intitulado ‘Potencial Aplicação de Esponjas Verdes Adsorventes na Indústria Têxtil´, é realizado no Centro de Excelência Professor Hamilton Alves Rocha, em São Cristóvão, região da Grande Aracaju (DRE 8). A proposta interdisciplinar envolve conceitos de Química, Física, Biologia e Matemática e tem como coordenadora a professora Patrícia Fernanda Andrade.
Desenvolvido pelos alunos do 1° e 3° anos do Ensino Médio, o projeto tem como proposta preparar esponjas verdes utilizando vagem da moringa como adsorvente biodegradável para uso no processo de tratamento para remoção de corantes, presentes nos efluentes industriais e considerados um dos grandes problemas enfrentados pelo setor têxtil, pois contaminam rios e lagos, causando sérios danos à fauna e à flora. O trabalho metodológico foi realizado nas seguintes etapas: tratamento físico, curva de calibração do corante AM, estudo de adsorção e simulação do sistema de tratamento de efluentes. Os resultados mostraram que a solução de azul de metileno em pH 7,0 e concentração 100 mg.L -1, ao passar pela coluna empacotada com esponjas verdes, conseguiu remover 99% desses corantes.
A coordenadora do projeto afirma se sentir honrada e ao mesmo tempo ansiosa pela participação num evento dessa magnitude. “Para mim é uma grande honra participar da 76ª Reunião Anual da SBPC juntamente com meus alunos que são os grandes protagonistas dessa pesquisa. Além disso, dia 7 é meu aniversário e eu não vejo melhor forma de comemorá-lo do que falando de ciência, compartilhando conhecimento com outros pesquisadores, sobretudo de uma ciência voltada para a sustentabilidade, por meio da qual transformamos um resíduo em um material com potencial aplicação para o tratamento de resíduos do setor têxtil”, afirma a professora.
O terceiro projeto de pesquisa, intitulado ‘BioTecPalm: Tecido Biodegradável Feito a partir da Palma’, é desenvolvido no Centro de Excelência 28 de Janeiro, em Monte Alegre de Sergipe, na região do Alto Sertão Sergipano. Sob a coordenação da professora Helania Andrade de Santana, esse projeto também recebeu menção honrosa na maior feira de ciências do Estado, em 2023. O projeto surge da percepção de um grupo de alunos – Kaike, Anne Elis, Antonio Lucas, José Saullo e Kevelyn Letícia – de que na região do sertão o alto índice de cultivo de palma forrageira poderia ser aproveitado para outros fins, além do alimento para animais. Assim, foi estudada, analisada e experimentada no laboratório escolar a produção de um tecido biodegradável, de baixo custo no mercado e cem por cento orgânico, como alternativa sustentável para diminuir os impactos ambientais causados pela indústria têxtil e pela sociedade.
Sobre a SBPC
As Reuniões Anuais da SBPC são realizadas ininterruptamente desde 1949, com a participação de representantes de sociedades científicas, autoridades e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia. O evento tem como objetivos difundir os avanços da Ciência nas diversas áreas do conhecimento para toda a população e debater políticas públicas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação.
Para essa 76ª edição serão realizadas diversas atividades: conferências, mesas-redondas, painéis, minicursos presenciais e virtuais, sessão de pôsteres, atividades culturais, exposições, mostras interativas e outras programações destinadas a estudantes e professores do ensino básico, técnico ou superior, pesquisadores, profissionais e público em geral. O evento é aberto ao público.







